quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

2.2 Endomarketing

Saudações Biblioteconômicas!!

Infelizmente, ontem não consegui postar aqui no blog, mas como estava em dívida, aqui estou postando mais uma parte do meu TCC.


2.2 Endomarketing


         O endomarketing é uma ferramenta utilizada para melhorar a informação entre os usuários internos, ou seja, os funcionários, e gerar a motivação como forma de trazer a interação e a satisfação entre o público interno e o público externo.
Desta forma, faz-se necessário elucidar algumas características importantes ao bom funcionamento interno da organização ou da unidade de informação. Quando bem estruturadas estas características podem resultar em um marketing de relacionamento com qualidade e eficácia.
Conforme a literatura existente sobre o assunto, o marketing interno introduz o conceito de marketing na organização e é através dele que se percebe se os serviços e as comunicações externas irão atingir o público externo, pois, conforme Grönroos (1993), se os produtos e bens externos não puderem ser vendidos ao público interno, ou seja, aos funcionários, o marketing tampouco irá ser bem-sucedido junto aos clientes externos, ou seja, fornecedores, consumidores, clientes ou usuários. Isto significa que o endomarketing serve de base para o marketing de relacionamento, pois nada adiantará a instituição querer vender uma idéia ou atrair clientes ou usuários se o seu sistema interno não estiver em completo equilíbrio, funcionando para um mesmo objetivo e tendo como pontos-chave a comunicação e a informação. Se os objetivos e as metas de uma unidade de informação não forem bem definidos e transmitidos com clareza entre todos que nela trabalham, a mensagem passada aos usuários e aos clientes externos será confusa e não atingirá com eficiência o que foi proposto.
O endomarketing possui um público interno dividido em dois grupos: um grupo composto pelas chefias intermediárias, subdividindo-se em diretores de área, gerentes e chefes de setor e outro grupo formado por funcionários comuns que, por sua vez, se dividem em pessoal de apoio e pessoal de linha de frente, ambos trabalhando com o conceito de cliente interno e externo. Porém, o atendimento ao público externo é realizado pelo pessoal de linha de frente que possui o conhecimento técnico do serviço que presta e tem como dever passar a imagem da empresa ao usuário ou cliente.
Para que aconteça um bom endomarketing é necessário que haja um programa de comunicação interna muito bem estruturado para que esse programa gere e permita parcerias, diálogos, envolvimento pessoal e que faça com que as pessoas produzam mais e tenham idéias inovadoras. Um bom motivo para que o programa de comunicação interna seja implantado é o bem-estar e o sentimento de felicidade que gera nos indivíduos que trabalham tanto nas empresas quanto nas unidades de informação. Esta idéia é defendida por Brum (1994, p. 23) ao dizer:


O importante é ter muito claro o fato de que a comunicação interna está diretamente ligada a fatores como educação, cultura e informação. A transmissão de idéias e de atitudes, de uma pessoa para outra dentro de uma mesma empresa, deve estar realmente baseada nesses fatores.


         Verifica-se, assim, a necessidade de conhecer bem os funcionários, em que acreditam, suas filosofias, seus perfis, isto é, conhecer individualmente cada um para que, a partir dessas informações possa ser criado um plano de comunicação focado em um público específico, no caso, os funcionários da empresa, visando atingir determinado objetivo, uma vez que é sabido que este plano só obterá êxito se tiver como base os próprios funcionários.
         A informação é o produto gerado pela comunicação interna e deve ser curta e clara para que possa chegar a todos os níveis, sem distorção. A informação é criada na parte mais alta da pirâmide organizacional e “desce” gradativamente por todos os níveis, passando das chefias intermediárias, que se encontram no centro da pirâmide, até os funcionários comuns, que são a base da mesma. O desenho (Figura 1 – Sentido da Informação), baseado na concepção de Brum (1994), ilustra o sentido da informação em uma organização:






             Sendo assim, o programa de comunicação interna deve ser coerente com o conjunto de valores da empresa. Este programa funciona melhor quando aplicado em organizações que tenham poucos níveis hierárquicos, pois assim, com o número reduzido de gerentes para decidir sobre determinada situação, haverá maior centralização administrativa e menor grau de emissão de informações e mensagens 
entre os envolvidos.



            Porém, o programa não deve ser direcionado somente às instituições com poucos níveis hierárquicos, pois tal atitude não é garantia de sucesso na aplicação do mesmo. Relata-se, como ilustração, a situação de uma unidade de informação cujo nível hierárquico é extremamente pequeno e, no entanto, o processo e o programa de comunicação não são efetivos entre os funcionários, havendo discrepâncias de informações entre si. Para que o programa realmente seja efetivo é preciso dar atenção às palavras de Brum (1994, p. 64), quando afirma: “Todo programa de comunicação interna deve estar voltado para a disseminação de idéias e para o alcance de uma grande meta”. Convém, então, que todos estejam unidos e voltados para o mesmo objetivo para que a organização possa funcionar corretamente e para que o programa de comunicação interna aborde o serviço, propriamente dito, de forma individual e personalizada.
         Para que o processo de comunicação interna possa ser operado é necessário que dois tipos de instrumentos sejam usados: instrumentos de informação, que marcam novas idéias e conceitos; instrumentos de integração, que permitem o contato pessoal entre os funcionários. São exemplos de instrumentos utilizados pelo programa de comunicação interna:
a)   cartilhas – reúnem informações qualitativas e quantitativas sobre a empresa;
b)   boletins internos – mostram o real desenvolvimento de um programa e estimula as pessoas a participarem de suas etapas;
c)   jornais internos – despertam o orgulho, de seus funcionários, por participarem do fato noticiado.
Conclui-se, então, que o programa de comunicação interna em uma organização é muito importante, porque aproxima seus funcionários e os faz realizar seu trabalho com maior entusiasmo, motivação e integração.
         Uma vantagem a destacar no uso do endomarketing é o fato de que os colaboradores da organização podem criar uma linguagem específica, cultural, baseando-se em um grupo de valores escolhidos por eles mesmos, com o objetivo de melhorar seu relacionamento e, com isto, aumentar a qualidade de seu trabalho. Cerqueira (1999) confirma essa informação quando diz que o Endomarketing também propõe e dissemina uma série de valores, tais como eficiência, qualidade, comprometimento, cooperação, respeito e criatividade. Outra vantagem é sua contribuição favorável à inovação em uma empresa que tenha em seu cerne a criatividade, a vontade de inovar e que esteja sempre aberta às novidades apresentadas. Sendo assim, o endomarketing, quando bem aplicado, traz como conseqüências: uma visão de liderança aberta e democrática, capaz de delegar poderes, dividir responsabilidades e trabalhar mais em grupo; maior flexibilidade estrutural da organização; e, o mais importante, a geração de um clima de respeito, confiança, cooperação e harmonia entre todos da organização.
Porém, assim como acontece no marketing, o endomarketing também pode apresentar algumas barreiras pelo fato de, ao ser aplicado, alterar significativamente a base e os valores da instituição que o aplicou, gerando, dessa forma, mudanças efetivas e visíveis.


Bem, por essa semana era isso. Até quarta-feira que vem!


       

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