terça-feira, 22 de outubro de 2013

Bibliotecário?


Saudações Biblioteconômicas!!

Olhem só os absurdos que eu encontrei por aí:

http://www.clickfozdoiguacu.com.br/foz-iguacu-noticias/blog-de-foz-do-iguacu-realiza-campanha-para-arrecadar-livros

Blog de Foz do Iguaçu realiza campanha para arrecadar livros             


O Blog Ninho de Mafagafas está reunindo amigos e parceiros para participar da campanha #DoeHistórias. Esta ação consiste na arrecadação de livros infanto-juvenis para ajudar a criação de bibliotecas, para as casas que atendem as crianças e jovens na ONG Aldeias Infantis SOS Brasil. Os livros começam a ser arrecadados na terça-feira, 08, e segue no dia 31 de outubro.

A instituição escolhida, Aldeias Infantis SOS Brasil funciona em todo o país, aqui em Foz do Iguaçu a ONG possui sete casas lares que auxiliam no acolhimento de 47 crianças e jovens de 0 a 18 anos que encontram-se em estado vulnerável. E têm como objetivo garantir o direito e cuidando do desenvolvimento e autonomia dos pequenos e também dos jovens em um ambiente familiar e comunitário.
O projeto para as bibliotecas têm como objetivo criar locais para o saber em cada uma das casas que servem como auxilio para as crianças e jovens e com isso existe a possibilidade de criação das “Malas do Saber”, para que os livros sejam revesados entre esses lares. Os adolescentes de cada moradia ficarão responsáveis para escolher um “bibliotecário” que irá cuidar das malas e dos livros, uma forma de ensinar a esses pequenos cidadãos a importância de cuidar bem dos materiais que instigam a imaginação.

Doação - Para colaborar com esta campanha basta ir até um dos locais parceiros, Iguassu Coworking, Papelaria Ideal, Rei do Pedaço e Salão Dottore Capeli, que estão com a Mafacaixa e fazer a doação.



Como este projeto ainda está no começo as Aldeias SOS Brasil de Foz precisa de outros materiais, caso você queira contribuir de outra forma entre em contato com a a equipe do Ninho de Mafagafas pelo e-mail ninhodemafagafas@gmail.com ou pela fanpage faceboock.com/ninhodemafagafas. Ou pode falar diretamente com os responsáveis da ONG através dos telefones 3029-5200 / 3029-5300 ou ir diretamente a sede central, que fica localizada na Rua João Rouver, 314 no centro de Foz do Iguaçu.
 


   Agora, meus comentários... O que está em vermelho é meu :)

    Achei louvável a iniciativa e tudo mais, mas me pergunto: por quê Bibliotecário está entre aspas? Deve ser para enfatizar que o projeto não tem nenhuma proximidade com o profissional Bibliotecário.

    Quem lê a reportagem deve achar que qualquer um pode organizar livros estabelecer metodologias para a promoção da leitura... Triste fato.

    Sabemos que o dinheiro manda em tudo, mas duvido que se essa ONG buscasse e solicitasse os serviços de um Bibliotecário, de forma voluntária, esse profissional não se negaria a ajudar. Não trabalho em uma biblioteca escola (embora esse fosse meu maior desejo), mas assim como a propaganda do cartão de crédito diz: não tem preço. Não tem preço quando atendemos um usuário e ele nos agradece genuinamente feliz por termos ajudado a encontrar o que precisava. Vejo isso nos olhos de cada usuário que atendo. Por isso, acho que não faltaria um profissional qualificado para ajudar no projeto.

     O problema é que as pessoas acham que é "barbada" ser Bibliotecário, que é só guardar os livros na estante (de forma aleatória) e está tudo resolvido. Novamente digo... não abram a boca se não tem certeza do que vai falar. Pressupor que o Bibliotecário faz isso ou aquilo é muito fácil, que venham passar um dia conosco para ver que além de nobre e gratificante, a profissão de Bibliotecário também tem seus altos e baixos (afinal, trabalhamos para o usuário e existem usuários que realmente são complicados de lidar). 

     É com base nisso que me irrita ler reportagens desse tipo, no qual ninguém ao menos cita o profissional. É como se ele não existisse e qualquer um pudesse organizar uma biblioteca. Francamente.


 

Novo projeto de Lei

Bibliotecas de escolas públicas apresentam precariedades


30.09.2013  

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Acervo   reduzido e desatualizado, além da falta de bibliotecários são deficiências desses espaços

A proposta de criação e manutenção de bibliotecas em todas as escolas públicas da Educação Básica federal, estadual e municipal - prevista no Projeto de Lei (PL) da Câmara Nº 28/2012 e em tramitação no Senado - trouxe à tona a precária situação de funcionamento desses espaços essenciais ao processo de alfabetização e letramento dos alunos. Basta ressaltar que na rede municipal de Fortaleza essas unidades são denominadas de salas de leitura por contarem, via de regra, com acervos reduzidos ou desatualizados e não disporem de um profissional habilitado ao seu funcionamento.

 
Embora tenha repercutido positivamente entre educadores de Fortaleza, o PL suscitou, ainda, outros questionamentos, tais como quanto à indefinição da destinação de recursos para a sua implementação e por permitir a atuação, nesses espaços, não apenas dos bibliotecários mas também de professores “readaptados”, ou seja aqueles que apresentam problemas de saúde e estão fora de sala de aula.

Sobre essa possibilidade, a presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia 3ª Região CE/PI, Maria Herbênia Gurgel Costa, lembra que o bibliotecário detém o conhecimento para organizar e dinamizar acervos. “Esse profissional está qualificado com competência para tratar e disseminar a informação de forma ordenada”, frisou Herbênia Gurgel, que é ainda diretora da Biblioteca Pública Municipal Dolor Barreira.

Favorável “a todo e qualquer projeto que represente incentivo à leitura”, o ex-presidente do Conselho Estadual de Educação e professor aposentado do curso de Letras das universidades Federal e Estadual do Ceará, Marcondes Rosa, contudo declara-se a favor da utilização nas bibliotecas do “professor readaptado”. Para ele, esse profissional, pelo menos em tese, tem mais condições de ajudar os alunos. “A simples presença de um professor nesses ambientes é capaz de causar um elo maior do estudante com a leitura e facilitar a compreensão de textos”, frisa.

Mas que bobagem! De que adianta o professor ter condições de ajudar mais os alunos se ele não tem capacidade e conhecimento técnico para administrar o lugar onde os seu alunos estudarão? Ou o professor readaptado também vai aprender a catalogar, indexar e classificar?

Só falou besteira. O correto é o Bibliotecário participar também das reuniões de professores para fazer uma parceria: um sabe o conteúdo, o outro sabe a técnica para disponibilizar esse conteúdo. Não tem que professor nenhum estar se metendo na profissão do outro. Eles fizeram Magistério, nós fizemos Bacharelado em Biblioteconomia. No mínimo, bem diferente não é? Mais uma vez eu digo: não sabe, então não abre a boca.

Também para a diretora da Faculdade de Educação da UFC, a pedagoga Maria Isabel Filgueiras Lima Ciasca, o teor do PL é relevante. O livro, adiantou, é um bem com um tempo de vida útil, que pode ser menor ou maior conforme o modo de usá-lo. “A faixa etária mais novinha reduz esse tempo, devido à forma de manuseio. Então, é necessário mais investimentos para renovar e manter as bibliotecas”.

Mais outra idiotice. Certo, e o que o fato de renovar e manter as bibliotecas vai ajudar na preservação do acervo se não houver um profissional qualificado para isso? Vai ser também o professor readaptado que vai aprender como manter uma biblioteca? Ele já não tem aulas para dar, que lhe ocupem o tempo? O livro, adiantou, é um bem com um tempo de vida útil, que pode ser menor ou maior conforme o modo de usá-lo. Essa frase ficou uma graça, eu não sabia disso, que o livro pode durar mais ou menos conforme ele é manuseado. Isso dá até uma tese...

Por que a última frase não é: "... é necessário mais investimentos para contratar mais Bibliotecários, porque são eles os responsáveis pelas bibliotecas ou salas de leitura, como quiserem chamar."

Isabel Ciasca cita seus temores acerca das condições que serão oferecidas pelo governo para a implantação das bibliotecas na rede pública. “Não haverá técnicos, no caso bibliotecários, em número suficiente para viabilizar o projeto no prazo previsto”, alertou, adiantando ser necessário definir de onde virão os recursos para a criação e manutenção dessas bibliotecas. Talvez não exista mesmo, com a forma que o Bibliotecário é tratado. É muito prático e cômodo para as escolas colocarem um professor que não tem o que fazer e que não entende nada de Biblioteconomia, do que contratar um profissional que passou, no mínimo, 4 anos dentro de uma faculdade, para ter que aguentar tudo isso... Haja paciência!

ENTREVISTA

A inexistência de profissional qualificado leva à inoperância

Maria Herbênia Gurgel CostaPresidente do Conselho Regional de Biblioteconomia 3ª Região CE/PI

Qual a opinião da senhora sobre o Projeto de Lei Nº 28/2012?

O relator, senador Cássio Cunha Lima, apresentou substitutivo ao projeto que prevê a contratação de bibliotecários ou profissionais de educação em bibliotecas escolares públicas e privadas. Estudos demonstram que uma das principais causas da inoperância das bibliotecas nas escolas é a inexistência de profissional qualificado, ou seja, bibliotecário, para coordenar as suas atividades e responsabilizar-se pelos seus funcionamentos. Aspecto que, por contraste, denuncia a fragilidade da presença do professor readaptado, ou outros funcionários das escolas (até auxiliares de serviços), à frente das bibliotecas das escolas, já que a estes faltam habilidades e conhecimentos técnicos específicos para o exercício das atividades projetadas.

Certo, mas não adianta nada se o ex-presidente do Conselho Estadual de Educação diz isso: “A simples presença de um professor nesses ambientes é capaz de causar um elo maior do estudante com a leitura e facilitar a compreensão de textos”, frisa

Existe alguma outra legislação ou proposta de legislação prevendo a existência de bibliotecas nas escolas da rede pública?

Em março de 2010, a sanção da Lei Nº 12.244, que dispõe sobre a universalização das bibliotecas escolares, garantiu um direito inalienável, ou seja, que até o ano de 2020 todas as instituições do País, públicas e privadas, deverão ter bibliotecas, com prazo máximo de dez anos respeitada a profissão de bibliotecário.

E a rede privada como fica?

A rede privada fica, igualmente, contemplada pela Lei Nº 12.244.

A cidade de Fortaleza e o interior cearense têm bibliotecários em número suficiente para colocar em funcionamento bibliotecas em todas as escolas da rede pública, como prevê o PL Nº 28/2012?

O Conselho Federal de Biblioteconomia, cuja missão é ser agente de excelência na promoção e fortalecimento das ações do profissional de biblioteconomia, promoverá um curso à distância, para formar técnicos em biblioteconomia, com edital lançado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e chancela das universidades públicas federais e estaduais, com previsão de início para o segundo semestre de 2014. Mantendo a proposta de acompanhamento e supervisão do bibliotecário. Desta feita, busca-se suprir as necessidades e exigências do mercado. Em biblioteca, bibliotecário!

PMF só tem sala de leitura

Em Fortaleza, atualmente, as 300 escolas existentes na rede municipal (280 patrimoniais, 13 anexos e sete especiais) contam com salas de leituras, mas não com bibliotecas, admitiu o coordenador de Articulação da Comunidade e Gestão Escolar, João Lúcio Alcântara.

"Nas salas de leituras, temos livros e buscamos estimular o gosto do aluno por leitura", disse, também elogiando a proposta do PL Nº 28/2012. "Por determinação do secretário de Educação do Município, Ivo Gomes, estamos fazendo levantamento para transformar essas salas em bibliotecas", frisou, adiantando que isso deve acontecer no início do próximo ano letivo.

Informou, ainda, que na atual gestão, essa secretaria criou uma Assessoria Técnica de Gestão de Livros e Conteúdos Digitais, com o objetivo de fazer um levantamento para "revitalizar e resignificar esses espaços destinados às salas de leitura".

"Claro que é fundamental ao processo de aprendizagem a existência de bibliotecas nas escolas", ponderou, explicando que após a alfabetização, vem qualificação da leitura e a compreensão de textos. Sobre denúncias de servidores da Escola Irmã Simas, que preferiram não se identificar, dando conta de que o secretário Ivo Gomes colocou nas salas de aula professores com problemas de saúde, sobretudo relacionados à voz, e por isso não conseguem fazer leituras e contação de histórias com os alunos, João Lúcio Alcântara justificou que o remanejamento aconteceu porque a rede municipal tinha carência de professores nas salas de aulas.

Também admitiu a defasagem no acervo e a necessidade de bibliotecários nesses ambientes. "O Município estuda rever a questão, tanto é que falamos que não temos bibliotecas, mas sim salas de aula", citou.

Centros multimeios

Na rede estadual, todas as escolas contam com um centro de multimeios, formado pelos espaços da biblioteca, sala de leitura, vídeo e laboratório de informática, informou a Secretaria de Educação do Estado (Seduc), através de sua assessoria de imprensa. Contudo, professores da rede estadual questionam a informação. Na Escola Nogueira Jucá, visitada pela reportagem, uma educadora considerou que a unidade tem sala de leitura, apenas.

O centro multimeios gerencia o processo de leitura, empréstimos de livros, revistas, periódicos e demais mídias para alunos, professores e funcionários, adianta a assessoria da Seduc.

ENQUETE

Você utiliza esses espaços?

"Sim. Eu gosto de ficar na sala de leitura. Gostei muito do livro Gato de Botas. Também já li sobre as drogas. Mas agora, eu estava era vendo um vídeo. A gente assiste muitos filmes"

Wendel Silva, 12 anos

Aluno da escola do Município Irmã Simas

"Mais ou menos. Vou à biblioteca para assistir vídeos ou para ficar em silêncio ouvindo músicas pelo celular. Não gosto de ler. Tenho preguiça de ler um livro todinho, até o final"

Israel Silva, 16 anos

Aluno da escola estadual João Nogueira Jucá

PL prevê turno suplementar

Conforme anúncio feito pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal - que aprovou o PL Nº 28/2012 no último dia 17 -, os alunos deverão utilizar as bibliotecas em turno suplementar. Além disso, o teor do PL será incluso na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei Nº 9394/1996). A ideia do projeto já consta na Lei Nº 12.244/10, que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas escolas públicas e privadas, até 2020, originada de proposta da Câmara dos Deputados.

Em âmbito nacional, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) apontou que o número de bibliotecários formados no Brasil e as características da profissão impediriam que o objetivo da proposta fosse alcançado plenamente. Por isso, apresentou substitutivo permitindo a contratação de "professores readaptados" e "técnicos em biblioteconomia e multimeios didáticos", profissionais com competência para orientar as leituras dos alunos. Outra mudança sugerida reduz o prazo para o cumprimento da norma de cinco para três anos.

Mais um absurdo. Agora é culpa do Bibliotecário que os objetivos da proposta fossem alcançados. E o que ele quer dizer com as características da profissão impediram alguma coisa? Eles querem contratar açougueiros para trabalhar na biblioteca?

Não entendi mesmo, porque é uma ignomínia um profissional formado e qualificado para trabalhar em biblioteca impedir algum projeto ou que raio que seja.

Então fica bem contratarem professores que não sabem nada de processamento técnico e recuperação da informação e técnicos em Biblioteconomia, que nem CRB tem e o Conselho ainda não os aceitou? Que lambança é essa que o Senador, que não é Bibliotecário e não sabe nada de nossa profissão (não deve saber, porque não teria ditos essas coisas sem pé nem cabeça) quer fazer com a nossa profissão?

Quer saber? Vamos contratar açougueiros para atenderem os alunos, não vai fazer diferença nenhuma e com certeza eles vão continuar não gostando de ler e ainda achando que a biblioteca é o lugar mais chato da escola.

Parabéns pela inteligência privilegiada!
 

MOZARLY ALMEIDA

REPÓRTER

 

      Bem, depois dessa só me resta me resta ficar por aqui.

      Até semana que vem,