Hoje vou postar a continuação do meu TCC sobre Marketing de Relacionamento.
Desejo a todos uma ótima leitura.
2.1 Marketing
Em um mundo
cada vez mais globalizado e bombardeado por inovações tecnológicas, as
organizações, em geral, e as unidades de informação, em particular, necessitam
estar a par dos acontecimentos para que possam competir no mercado, oferecendo
serviços qualificados. Neste contexto, o marketing torna-se uma ferramenta
muito útil, pois ele orienta, educa, oferece benefícios e facilita o
funcionamento das organizações. Uma boa definição de marketing é encontrada nas
palavras de Lima Filho (2001):
Marketing pode ser definido como o conjunto de atividades que
obtiveram a análise, o planejamento, a implementação e o controle de programas
destinados a obter e servir a demanda por produtos e serviços, de forma adequada,
atendendo desejos e necessidades dos consumidores e/ou usuários com satisfação,
qualidade e lucratividade.
O marketing não
irá salvar uma organização ou unidade de informação se os seus gerentes não
souberem utilizá-lo, mas, com certeza, irá tornar tais instituições mais
competitivas e com serviços qualificados.
O histórico do
marketing pode ser marcado pela Revolução Industrial, iniciada no século XIX,
quando a produção acelerada trouxe como conseqüências, a redução de custos e
preços e, por conseguinte, um maior consumo dos produtos oferecidos. Este
panorama intensifica-se especialmente após a Segunda Grande Guerra, com a
geração de uma enorme quantidade de novos produtos e serviços e com o
crescimento, cada vez mais intenso, da tecnologia. É neste contexto que o
marketing nasce, por volta da década de 60, tendo como foco principal mercados
de massa, sem individualização nenhuma, visualizando apenas o produto. McKenna
(1992, p. 13) é um dos autores que constata tal característica, quando afirma:
No antigo modelo de marketing, fazia todo o sentido como
parte de uma fórmula geral: vendem-se bens produzidos em massa para um mercado
de massa através dos meios de comunicação em massa. A tarefa do marketing era
publicidade para divulgar uma mensagem ao cliente em uma comunicação
unilateral.
No modelo
tradicional de marketing não havia preocupação em individualizar o cliente.
Todos os consumidores eram vistos como algo único, com características iguais,
sem diferenciação.
À medida que a oferta passa a ser
maior que a demanda, o foco em produto não é mais fundamental para a ampliação
das vendas. Surge, então, um novo enfoque dentro do marketing cuja filosofia
centra-se no cliente, usuário dos serviços, consumidor dos produtos. Este novo
enfoque gera duas especificações no marketing: o marketing interno e o
marketing de relacionamento.
Por marketing interno, ou
endomarketing, entende-se todas as atividades empresariais voltadas à
satisfação das necessidades dos clientes internos, ou seja, dos empregados e
funcionários da organização. Endo vem do grego e significa ação ou posição no
interior, isto é, ação voltada para dentro. Sendo assim, endomarketing pode ser
considerado um grupo de ações e processos voltados para o público interno.
Brum (1994, p. 23) define
marketing interno como: “Um conjunto de ações que tem como objetivos tornar
comum, entre funcionários de uma empresa, objetivos, metas e resultados”.
Já Grönroos (1993) conceitua
endomarketing como uma estratégia de gerenciamento, cujo foco é desenvolver nos
empregados uma consciência do cliente.
Ohta (1993?) apresenta uma
definição mais completa e abrangente de endomarketing como:
Uma filosofia de gerenciamento e um conjunto de atividades
que, ao fazer uso de políticas, conceitos e técnicas de recursos e marketing,
tem como objetivo integrar todas as áreas e níveis organizacionais e fazer com
que os empregados estejam motivados, capacitados, bem informados e orientados
para a satisfação dos clientes, resultando no alcance dos objetivos
organizacionais.
Percebe-se então, que todos os
autores vêem o endomarketing como uma estratégia de gerenciamento voltado para
a satisfação e necessidades do cliente interno, ou seja, dos funcionários que
trabalham na organização, buscando êxito em suas tarefas e responsabilidades.
Outro ponto a destacar é a importância de gerar no público interno a
consciência da responsabilidade de levar ao público externo o que a organização
tem de melhor a oferecer.
O marketing de relacionamento,
por sua vez, difere do marketing interno, uma vez que se baseia em construções
de relações em longo prazo com os clientes externos, ou seja, consumidores,
usuários da informação, fornecedores, distribuidores e demais instituições. É
uma filosofia gerencial que busca a satisfação e fidelização do usuário
externo, através do conhecimento profundo sobre as necessidades e desejos de
seus clientes. Conforme Stone (1998), o marketing de relacionamento permite uma
estrutura para ganhar, reter e desenvolver clientes. Assim, conhecendo melhor
quem utiliza seus serviços, as organizações e as unidades de informação têm a
possibilidade de qualificá-los da melhor forma possível.
Identificados
os conceitos de marketing interno e de marketing de relacionamento, acredita-se
ser importante destacar as diferenças e semelhanças entre estes dois tipos de
marketing.
Baseado nos autores Brum (1994),
Kotler(1998) e Ottoni (1995), pode-se relacionar algumas atividades inerentes a
cada um deles, conforme apresenta-se.
O marketing interno difere do
marketing de relacionamento por apresentar as seguintes atividades:
a)
a comunicação interna, importante meio para
fortalecer o relacionamento funcionário/organização;
b)
o recrutamento e seleção, ou seja, selecionar
pessoas certas para funções específicas na organização;
c)
a aplicação ou criação de programas de motivação
e valorização do funcionário, isto é, delegação de poderes, premiações,
participações;
d)
o treinamento sob o ponto de vista do
desenvolvimento e educação, ou seja, os funcionários saberão o que fazer, como
devem fazer, por que e para quem estão fazendo o seu trabalho;
e)
a aplicação de planos de carreira, isto é,
geração de perspectivas de crescimento profissional.
Já o marketing de relacionamento
apresenta as seguintes atividades:
a)
a utilização de Bancos de Dados, CRM (Costumer
Relationship Management);
b)
a prestação de serviços a clientes externos, a
aquisição de novos mercados;
c)
a construção de rede de marketing, definido por
Kotler (1998) como um complexo formado pela organização, seus funcionários,
consumidores, usuários, fornecedores, entre outros;
Porém, apesar de se constatar
certas divergências, tanto o marketing de relacionamento quanto o endomarketing
têm pontos em comuns: são filosofias de gerenciamento cujo objetivo é atrair e
reter clientes, criando e mantendo bons relacionamentos com eles, com a
finalidade de aumentar a qualidade dos produtos e serviços gerados, visando sua
satisfação. Ambos apresentam como principais atividades a pesquisa e a
segmentação de mercado de clientes que causam mudanças efetivas na estrutura e
na base da organização. É importante salientar, também, que os dois tipos de
marketing ressaltam o tratamento individualizado, aproximando assim, o
cliente/funcionário da unidade de informação/empresa. E, para que esta
aproximação ocorra, é preciso que as organizações analisem características
específicas de cada usuário como, por exemplo: aptidões, crenças, gostos,
perfis, habilidades, entre outros.
Até a próxima semana,
Até a próxima semana,
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Colega Bibliotecário, deixe aqui seu comentário, crítica, sugestão ou informação. Ficarei feliz em ter a sua participação no Blog.
Responderei logo em seguida o seu comentário. Obrigada.